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Métodos avançados para a seleção de espermatozoides de boa qualidade

              A seleção de espermatozoides por eletroforese baseia-se no fato de que o potencial eletrocinético na membrana dos espermatozoides diminui com a capacitação. A eletroforese descarta outros tipos de células distintas dos espermatozóides, e apenas aqueles com o antígeno específico CD52 em suas membranas são recuperados. O antígeno CD52 é uma proteína da membrana da cabeça do espermatozoide adquirida durante o processo de maturação no epidídimo, e sua presença parece estar relacionada à qualidade e melhor funcionalidade do espermatozoide. Assim, espermatozoides maduros têm potencial de membrana negativo, o que permite a a separação dos mesmos. Contudo, há pouca recuperação espermática, o que é uma importante limitação técnica. Metodologias de avaliação fisiológica dos espermatozoides incluem o ensaio de ligação de hialuronano (HBA) e a fosfatidilserina (PS). O ácido hialurônico (HA) ou o hialuronano é uma molécula do tipo glicosaminoglicano de carga negativa presente no trato reprodutivo feminino e noas células que envolvem o ócito, direcionando a ligação do espermatozoide à zona pelúcida do oócito.

               A técnica de injeção de espermatozóides intracitoplasmáticos fisiologicamente selecionados (PICSI) é baseada no princípio de que os espermatozoides que são capazes de se ligar ao HA in vitro são de qualidade superior quanto à maturação nuclear e organização da membrana do que aqueles que não se ligam ao HA. Com a seleção dos espermatozoides que já estão fisiologicamente maduros para a ICSI, há relatos de maiores taxas de gravidez, melhor qualidade do embrião e um melhor resultado clínico geral. Já a avaliação da PS baseia-se no fato de que a externalização da molécula PS na membrana do espermatozoide é um indicativo de morte celular. Assim, o uso de esferas com a proteína anexina V, que identifica a PS, associado a um sistema magnético de separação celular (MACS), ou o uso de colunas de anexina permite a separação de células de maior qualidade e com menor dano ao DNA, que não encontram-se em estágio de morte celular. Contudo, esse sistema não separa outros os espermatozoides de outros tipos de células, e assim, os espermatozoides devem ser separados destas células por processamento seminal posterior. Estas metodologias avançadas são complementares ao processamento seminal, e podem auxiliar na seleção de espermatozoides viáveis para procedimentos de reprodução humana assistida.