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Drogas e Infertilidade no homem

Drogas e Infertilidade no homem

Maconha

A maconha contém a droga canabinóide THC (tetrahidrocanabinol), que é uma substância química primária psicoativa, assim como outros canabionóides. Não se sabe exatamente como ela pode alterar o funcionamento dos espermatozóides, mas acredita-se que o THC pode causar um funcionamento impróprio do espermatozóide por meio de estímulo direto ou pode levar alteração nos mecanismos de inibição natural, ou seja, eles ficam completamente descontrolados, se locomovendo rápido demais e antes da hora. Assim como bexigas, os espermatozóides estão “inflados”, com partículas com carga positiva – os prótons – em vez de ar. Quando liberamos todos estes prótons de uma vez, o espermatozóide se move. É como se estivéssemos abrindo um canal para que o ar escapasse do balão. Isso acontece porque, a carga do lado de fora de onde está o esperma é negativa e atraí os prótons que estão dentro dos espermatozóides, de carga positiva. A maconha e os endocanabinóides abrem o caminho para essa reação ocorrer, e o “ar” sair do esperma. Com a ativação antes do tempo, quando chega a hora de correr para o corpo da mulher, já não há potência para alcançar o óvulo. Estudos mostram também que, em consumidores do THC, o volume do fluido seminal e o número total de espermatozóides foram significantivamente menores.

O consumo de maconha pode dobrar as chances de homens com menos de 30 anos produzirem espermatozoides defeituosos – o que diminui sua fertilidade. É o que sustenta um estudo publicado no periódico especializado Human Reproduction.

A pesquisa foi conduzida pela equipe do professor Allan Pacey, da Sheffield University. Sua intenção era descobrir quais os efeitos de diferentes hábitos de comportamento e alimentação na qualidade do esperma. Segundo suas conclusões, o consumo de álcool ou cigarros de tabaco não afetam o tamanho e forma dos espermatozoides da mesma maneira que a maconha.

“Descobrimos que a maconha dobra os riscos de homens com menos de 30 ter espermatozoides disfuncionais. Em termos estatísticos, esse dado pulou em meio as nossas análises. Trata-se de um efeito real que não foi mostrado antes de maneira tão robusta”, disse ele ao britânico Independent. Segundo ele, o efeito sobre os homens com menos de 30 anos deve-se a uma questão de hábitos associados a essa faixa etária: homens mais jovens tendem a consumir mais maconha do que homens mais velhos.

O estudo analisou o esperma de 318 homens que foram a 14 clínicas de fertilidade na Inglaterra. Os mesmo homens foram entrevistados por um time independente de pesquisadores à cerca de seus hábitos. As perguntas incluíam detalhes sobre alimentação, tabagismo e uso de outras drogas.

O tamanho e a forma dos espermatozoides estão relacionados a sua capacidade de nadar e fecundar o óvulo. A maconha atua sobre essas características. Segundo Pacey, é necessário interromper o consumo da droga por três meses para que o ciclo de produção de esperma seja capaz de criar novos espermatozoides normais. “Você precisa parar em junho para ver alguma melhora em agosto”.

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Cocaína

Em forma de pó, tem efeito rápido (de dois a três minutos depois de aspirada). É a droga dos extrovertidos e hiperativos, dando ao usuário uma falsa impressão de poder e onipotência. Mas, passado o efeito, provoca uma disforia (queda) duas vezes maior do que a euforia, o que induz ao consumo compulsivo e progressivo. Muitos estudos têm verificado que usuários crônicos de cocaína podem apresentar múltiplos defeitos nos espermatozóides, como redução da motilidade, diminuição na quantidade e maior risco de anormalidades morfológicas. Alguns estudos experimentais, realizados em ratos, têm mostrado que ratos (machos) que fizeram uso de cocaína cronicamente geraram uma prole com baixo peso e tamanho, com maior risco de morte neonatal. Além disso, a cocaína afeta diretamente a capacidade de manutenção da ereção nos homens, levando muitas vezes a quadro de disfunção erétil associada.

Ecstasy

Conhecida também como pílula do amor, é uma droga relativamente nova, cujos efeitos e danos à saúde ainda não extensamente pesquisados. Sabe-se que sua fórmula (3,4-metilenedioxometaanfetamina- MDMA) contém derivados das perigosas anfetaminas e que um de seus ingredientes corresponde ao antigo Pervitin, vendido como inibidor de apetite, muito utilizado pelos hippies na década de 60, para que ficassem ligados, sem sono e cansaço e com maior fluência verbal. Seus usuários, geralmente, utilizam outros tipos de drogas e procuram no Ecstasy maior ampliação dos sentidos com grande excitação sexual e inquietação motora, por isso é bastante consumida em festas. Devido ao grande aumento da temperatura corpórea que causa, acaba exigindo enorme reposição de água para o organismo. No âmbito da fertilidade, o MDMA, em estudo recente publicado por um grupo de Barcelona, com a aplicação da drogas em ratos de laboratório, os resultados foram diminuição importante da quantidade e qualidade dos espermatozóides, além de incidência maior de dano ao DNA.
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