Reposição Hormonal: Qual melhor via?
Muitos pacientes nos questionam qual a melhor via de reposição hormonal e nossa resposta sempre é: cada paciente tem a sua melhor via de reposição, embora a via que possibilite níveis mais estáveis, alcance o valor de testosterona total e livre desejados, não promova picos e não se mantenha em níveis supra-fisiológicos é a melhor via para o seu caso.
Cada paciente se adaptará bem a uma via de reposição e muitas vezes mesmo durante o tratamento alternamos a via, por motivos inúmeros. O andrologista tem como obrigação o conhecimento profundo dos mecanismos farmacológicos de cada via, os riscos com níveis supra fisiológicos mantidos por longo período e o mais importante de tudo: a obrigação de cobrar e estimular as mudanças de hábito físicas e dietéticas na vida do paciente em reposição hormonal.
As vias mais comumente utilizadas são: injetáveis de curta duração ( muitas vezes precisam ser fracionados para se evitar pico), injetáveis de longa duração ( muitas vezes o intervalo tem que ser diminuído pois nao duram o preconizado pelo fabricante ), transdérmicos em forma de gel industrializados e manipulados e pellets ou implantes subcutâneos (promovem liberação mais estável e prolongada). Novas formas de gel nasal que ja existem nos Estados Unidos ( Natesto ®) estão já sendo manipuladas no Brasil.
Em minha visita recente à clinica do Professor Morgentaller em Boston pude observar os pacientes usando basicamente Cipionato de Testosterona 100 mg a cada 7 ou 10 dias ( eles também fracionam a ampola de 200 mg e fazem auto-injeções na musculatura da coxa) , Gel transdérmico diário 2x ao dia pois apenas 1x ao dia não alcançam níveis adequados e muitos usando Pellets ( Implantes de testosterona subcutâneos ). O Medicare ( sistema de saúde do governo americano) cobre todas as vias de reposição para pacientes acima de 65 anos de idade. Abaixo exemplo de colocação de pellet subcutâneo de testosterona no Mens Health Boston – Abraham Morgentaller.
Dr. Conrado Alvarenga
Membro da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP