O exame de fragmentação de DNA no sêmen veio como co-adjuvante ao espermograma completo
O espermograma completo continua sendo o exame principal de investigação dos casos com fator masculino e já sabemos que ele não é o melhor exame para diferenciar homens férteis de inférteis. No entanto, mesmo em situações nas quais o espermograma completo não apresenta alterações, podemos encontrar problemas em outros testes seminais mais específicos, como por exemplo, a fragmentação de DNA espermático, e isso sim pode configurar um problema para a fertilidade ou afetar diretamente os resultados da reprodução assistida. Com isso, cada vez mais percebemos que o espermograma isolado tem valor preditivo baixo para estimar fertilidade ou infertilidade.
O exame de fragmentação de DNA no sêmen veio como adjuvante ao espermograma completo e vem ganhando espaço cada dia maior na pratica clínica andrológica. Inúmeros estudos mostram que os resultados das técnicas de reprodução assistida hoje estão diretamente afetados quando temos elevados índices de fragmentação de DNA nos espermatozóides.
Dentre os principais efeitos negativos de um elevado nível de fragmentação de DNA na reprodução assistida temos:
- Comprometimento nas taxas de fertilização
- Aumento nas taxas de aborto – mesmo após fertilização in vitro
- Comprometimento nas taxas de implantação do embrião no útero
Ha 10 anos o grupo do prof ricardo olveira ja publicava resultados de seu laboratório mostrando ate 30% de espermogramas normais com elevados indices de fragmentacao de DNA, com método de coloração de acridina e citometria de fluxo. Os espermatozóides joves ou imaturos com DNA não tão condensado permitem que o laranja de acridina penetre na dupla hélice de DNA.
Além disso, elevados indices de Frag do DNA e HDS estavam correlacionados com piores parâmetros seminais. Recentemente o grupo do Fleury de SP levantou seus casos de espermograma normal com elevado indice de fragmentacao de DNA, alertando para a necessidade cada vez maior de realização dos exames em conjunto.