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A criopreservação do sêmen afeta a capacidade de fertilização em casos de azoospermia não obstrutiva ( microtese ) e criptozoospermia?

A criopreservação seminal é uma opção quando há dificuldade em encontrar espermatozoides na amostra ejaculada e especialmente na amostra de origem testicular, a fim de evitar biópsias testiculares seriadas. Contudo, não há consenso na literatura científica sobre o efeito da criopreservação sob a motilidade seminal e nos resultados de ICSI (fertilização, implantação e gestação), tampouco sobre o uso de espermatozoide ejaculado ou testicular.

Esse estudo teve por objetivo avaliar os resultados de ICSI com uso de sêmen ejaculado ou testicular de 171 pacientes com criptozoospermia e de 103 pacientes com azoospermia não obstrutiva, além de investigar o efeito da criopreservação seminal nestes dois tipos de espermatozoides.

Maiores taxas de fertilização foram observadas em pacientes com amostras seminais ejaculadas (61,7%) em relação a amostras testiculares (50%), assim como em amostras frescas (64%) comparado a amostras seminais descongeladas (56%). Mais espermatozoides móveis foram encontrados no grupo de amostras frescas (96% de motilidade) quando comparado a amostras descongeladas (88% de motilidade).

Dentre as amostras de pacientes com criptozoospermia, foram encontrados resultados de fertilização superiores em amostras frescas em relação a descongeladas. Todavia, as taxas de implantação e gestação foram similares.

Quando analisadas apenas as amostras de origem testicular frescas ou descongeladas, não houve diferença no número de espermatozoides móveis, na taxa de fertilização, taxa de implantação ou taxa de nascidos vivos. Portanto, caso seja preciso, o procedimento de micro-TESE com posterior congelamento seminal pode ser realizado em um momento diferente ao da punção ovariana, pois os resultados de ICSI com o uso de sêmen de origem testicular fresco ou descongelado são similares.

Natali Schachter-safrai, M.D.,a,c Gilad Karavani, M.D.,d Eliahu Levitas, M.D.,a,c Michael Friger, Ph.D.,b Atif Zeadna, M.D.,a,c Eitan Lunenfeld, M.D.,a,c and Iris Har-Vardi, Ph.D.a,ca Fertility and IVF Unit, Department of Obstetrics and Gynecology, Soroka University Medical Center, Beer Sheva; b Department of Epidemiology, c Faculty of Health Science, Ben Gurion University of the Negev, Beer Sheva; and d Department of Obstetrics and Gynecology, Hadassah Hebrew University Hospital, Jerusalem, Israel